quinta-feira, 29 de maio de 2008

Me and You and Everyone We Know.

Tudo começa de um começo, certo, afirmou o cúmplice com um olhar de desapontamento.
O tom entoado nem sempre é a realidade, às vezes, as veias circulam-se em grito.
Débil estão os olhos que não vêem mais o escuro, de lá tudo é arrancado.
Seguir em frente nem sempre é sofrer, ou viver. Seguir em frente é simples, é seguir em frente sem se preocupar com o tom.

Sim, o problema é o tom.
Boca; ora a mão chega até ela. Ora o sorriso não é satisfatório, assim como a dor.

Onde foi que nos perdemos?
No sorriso, no olhar?
Perdi-me dentro de você.
Onde estás perdida, dor? Inside!
Toco-te, onde dói? No feel

E na verdade algumas dores são só suas, realmente não importa as perdas e ausências.
Depois de dito, o que sobraria? O tom.
Enchentmentes of the heart
You and me; simples assim.
Você e eu; too late.
Demasiado tarde.
Everyone We Know.

A falta, o tempo, o amor é atemporal.

Onde estás paz? No feel.

Mayara Aguiar

domingo, 11 de maio de 2008

E ela continua a rodar, a girar.

Como se auto-definir?
Você tenta, tenta e não consegue.
E em uma atitude desesperada você enche a cara
Vai para frente de um espelho e passa horas ali,
Congelada, tentando ver algo,
E mesmo assim continua sem repostas.
Cheguei a conclusão que quanto mais você quer algo
Mais rápido isso se afasta de você,
E com a mesma velocidade a dor se aproxima;
É muito mais fácil ser apático,
Levar a vida do jeito que ela te leva, sem pesares.
Usar máscaras, ser uma falsa verdade,
Mas quem disse que eu gosto de coisas fáceis?
Sempre gostei do improvável, daquilo que me desafia,
E não, não vai ser agora que vou mudar;

Marica Munster

Animus (termo em latim para mente ou espírito, constitui o lado masculino na psique da mulher).

Hoje, finalmente,
consegui olhar-me olho no olho no espelho
e ver o que realmente sou,
ou parte disso.

Vi uma carcaça razoável,
de cabelos sedosos,
dentes amarelados,
olhos tristes...

Mas aqui vem a parte realmente interessante.

Por baixo disso tudo,
achei o que realmente faltava,
uma infinita e clara confusão,
que o desconhecimento tirava-me o sono;

Um corpo feminino,
lábios femininos,
mãos femininas,
sexo feminino.
Mas que ainda não aceitara sua parte masculina.
Que a enoja, igualmente a seu sexo.
Que não quer deixar seus instintos falarem,
que sente necessidade de manter-se sempre sob seu controle,
o controle que a tira o ar;

O coração que sempre quis o que está longe,
pois o que está perto a faz tremer de medo e,
a enjoa rápido de mais
pelo fato de logo faltar-lhe logo surpresa;


Ela roda e ela gira, ela é pomba-gira;

Marica Munster

sábado, 3 de maio de 2008

anis

Vivendo alheia, no mundo da lua. A garota parecia feliz com o tênis límpido. De cor e aparência como a alma presumia ser.

Sentada frente a um sofá vermelho escuro com estampa de onça, versava sobre os mais belos mundos e lugares. Olhava para a luminária cinza alaranjada acesa e via cores e formas; passava pelo cintilante, os perolados e prateados. Tudo isso tomando um chá de anis com bolachas gosto de nozes.

Tinha olhos grandes, e em grande parte das vezes, arregalado. Cabelo castanho claro, anteriormente os tinha verde musgo. A mãe, que já havia perdido a paciência, dizia que a filha sofria de insanidade sem delírio. Faltava-lhe alguma consideração e respeito intrínsecos.

Idônea em chorar, sabia que não podia mais viver tão calada.

“vive no mundo da lua?” “minhas idéias vivem cheias, por isso vivo calada” retorquia em tom suave e olhos que desviavam.

Que maneira absurda e absoluta de absorver a falta de dialogo a moça dos olhos arregalados tinha. Doratheia Divina num Fecho de Luz, dito por completo.

o sorriso,
os dentes,
tudo libertava Luz, que de tanta escuridão enxergava mais com o corpo do que com a alma. os olhos ficavam arregalados a observar a luminária, agora apagada pelo tempo.

E, de repente, a mulher virava menina; e sentiu um bicho dentro, a menina chorava. Entre os goles de anis via a fumaça esvair-se em suas mãos.

Caiu sentada no chão, queria deitar mudar-se pra lá. Chorou, virou bicho por ser mulher de novo. A luz alaranjada da luminária misturava-se com o anis em seus pensamentos. Lia versos, poesia de antigamente. Queria ser poeta, escritora, e menina. Chorou de novo.

No fim, encantada com o escuro perguntou “onde tu moras, paz?” O escuro calado, fechado acostumou-se com a idéia de fim de história.


Mayara Aguiar